"É ATRAVÉS DA VIA EMOCIONAL QUE A CRIANÇA APREENDE O MUNDO EXTERIOR, E SE CONSTRÓI ENQUANTO PESSOA"
João dos Santos

quarta-feira, setembro 28, 2022

Gratidão

Gratidão




Setembro é, habitualmente, um mês de recomeços. O Verão permite tanto a crianças, como a jovens e adultos momentos de descontração e relaxamento, usufruir de maior tempo ao ar livre e na natureza, sair da rotina do dia-a-dia. 

No início deste mês e com a passagem para o Outono as obrigações regressam, tanto com o reinício das aulas como da vida laboral. Este recomeço pode, muitas vezes trazer de volta sensações de mal-estar, ansiedade, tristeza. Não é tarefa fácil, prolongar a sensação de bem-estar vivida durante as férias, para os dias comuns, em que muitas vezes as tarefas se acumulam e deixamos o nosso espaço pessoal ou em família de lado para conseguir fazer “check” em tudo.

No passado dia 21 de setembro foi celebrado o dia mundial da gratidão. Vimos aqui recordar este dia, pois acreditamos que trazer mais momentos de gratidão para o dia-a-dia, pode contribuir para aumentar a sensação de bem-estar. 

A gratidão é a expressão de apreço por algo que se tem ou pelo qual se passou. É o reconhecimento de valor em algo, independentemente do seu custo monetário. Existem algumas áreas do cérebro que estão associadas à gratidão e a sua expressão aumenta o seu uso futuro. Esta prática permite descentralizar o foco de emoções mais desagradáveis ajudando a balancear a visão interna destas mesmas emoções.

Algumas formas de expressar gratidão podem ser:
  • Retirar um momento da sua semana para recordar algo que lhe dá prazer, ou mesmo fazê-lo; 
  • Escrever sobre um ou dois momentos importantes na semana e pelo qual está grato/a; 
  • Imaginar como seria a sua vida se algo positivo não tivesse acontecido;
  • Agradecer a outros à sua volta pela sua contribuição em algo na sua vida, não esquecendo o seu próprio mérito;
  • Estar junto de amigos e familiares que o/a façam sentir acolhido/a;
  • Ajudar uma criança a desenhar uma coisa pela qual se sinta agradecida, nessa semana.

É, igualmente, importante perceber que não se deve fazer um esforço por estar grato em momentos dolorosos ou por tudo o que se tem, e que todas as emoções são válidas e existe espaço para as expressar. 

Os recomeços nem sempre são fáceis, assim como a expressão das nossas emoções face aos mesmos. Saiba que, nestes momentos, não tem de estar sozinho/a e pode pedir ajuda.


Dra. Joana Teixeira
Psicóloga Clínica
Cédula Profissional nº 21107

quarta-feira, setembro 21, 2022

Parentalidade no Divórcio

Os pais não se divorciam dos filhos...



Durante um processo de divórcio e, sobretudo, após o mesmo, para além de o casal se separar efetivamente entre si, o que ocorre muitas vezes é que um dos elementos do (ex) casal também se separa da criança.

Bem sabemos que uma separação não é fácil e, frequentemente, os sentimentos de raiva e de mágoa perduram no tempo, dificultando a existência de uma relação harmoniosa entre os pais e focada no superior interesse da criança. 



A criança tem o direito de manter a imagem que tem de cada um dos pais, não sendo por isso justo que algum dos elementos do (ex) casal destrua essa mesma imagem e/ou que contribua ou fomente a não relação entre o pai/mãe e a criança.

É importante que os pais se tratem um ao outro com respeito, não partilhando com a criança as falhas que o outro cometeu e, por conseguinte, não denegrindo a sua imagem, tendo sempre em mente que quem se separou foi o casal entre si e não, o outro elemento da criança.

Poderão olhar para a situação, vendo-a do ponto de vista da criança, que ama e pertence a ambos os pais, não tendo por isso que se sentir dividida e manter lealdade a um dos pais.

Após a separação, os pais devem então manter uma comunicação positiva entre si, cooperarem um com o outro e, transmitir à criança que continuam juntos em prol dela. Se a criança sentir que não se pode apoiar nos pais, tal originará sentimentos de insegurança.

Desta forma poderemos evitar sentimentos de ansiedade, raiva, depressão ou baixa auto-estima.
Lembre-se, o divórcio dos pais não tem de ser uma situação traumática e/ou negativa para a vida da criança. Será, sobretudo, a capacidade de ajustamento dos pais que irá influenciar a forma como a criança irá viver essa nova realidade.


Se estiver a viver uma situação de divórcio ou sentir que precisa de ajuda, estamos aqui para si! É fundamental que os pais estejam emocionalmente disponíveis para esclarecer todas as duvidas que a criança possa ter e muitas vezes, o apoio psicológico, pode ajudar nessa preparação. 

Dra. Daniela Morbey 
Psicóloga Clínica
Cédula Profissional nº 15565