"É ATRAVÉS DA VIA EMOCIONAL QUE A CRIANÇA APREENDE O MUNDO EXTERIOR, E SE CONSTRÓI ENQUANTO PESSOA"
João dos Santos

segunda-feira, janeiro 14, 2019

A Ansiedade Infantil


A Ansiedade Infantil 


- O meu filho está sempre preocupado. Será normal? -




A ansiedade, tal como a tristeza e a dor, surge com alguma frequência na infância. Importa termos em atenção que as crianças experimentam, frequentemente, sentimentos de medo, de fobia e de ansiedade perante muitas situações que são consideradas por nós, adultos, como habituais e “normais”, como por exemplo, a presença de um médico, de um enfermeiro ou de um polícia. Em regra, estas situações de medo e de fobia vão desaparecendo ou atenuando-se à medida que se vai dando à criança uma explicação compreensiva acerca das situações que vão surgindo.

No entanto, nem sempre isto acontece e as crianças podem, de facto, revelar um medo que vai crescendo cada vez mais, em relação a determinado objeto ou a uma situação precisa, tornando-se incapacitante.

É perante um medo extremo que surge a ansiedade, ou seja, quando a criança sente que não tem a capacidade de responder de forma adequada a uma tensão vivida como ameaçadora. Esta ansiedade poderá ainda escalar para um sentimento de angústia, caracterizada por uma sensação de extremo mal-estar acompanhada de manifestações físicas (dores ou vómitos).

Todos os fenómenos psicológicos que tenham uma influência emocional e afetiva, desempenham um papel importante no desenvolvimento psicológico e sociocultural da pessoa que somos. E a ansiedade, constitui, ao lado do stress, o principal fenómeno psicológico através do qual o nosso organismo se adapta normalmente às diversas situações. Por exemplo, é o medo e o receio de um perigo real que ensina a criança a tomar medidas de precaução para se proteger de determinados riscos.

No entanto, em certas situações, a ansiedade apresentada já não se mostra propriamente relacionada com perigos reais, mas sim com perigos “imaginários”, podendo atingir um grau muito acentuado e suscetível de causar à criança um grande sofrimento.


A criança ansiosa vive permanentemente com um sentimento de apreensão, como se algo de terrível fosse acontecer. Esta espera ansiosa manifesta-se em particular por:
·      Preocupação quanto ao futuro, mostrando-se receosa sobre um possível acidente ou doença, tanto a ela própria como a algum familiar próximo;
·      Irritabilidade, cólera, recusa e caprichos;
·      Exigências ou necessidade de ter um adulto por perto, de ser tranquilizada;
·      Receios acerca de uma atitude passada – “terei feito alguma coisa mal...”;
·      Pensamentos depressivos como a desvalorização e a culpabilidade.

Adicionalmente, são também relativamente frequentes certas manifestações de medo no decorrer do desenvolvimento:
·      Medo em relação aos animais na idade pré-escolar;
·      Medo ao escuro na transição da primeira para a segunda infância (6-8 anos);
·      Medo aos perigos reais ou imaginários;
·      Fobia escolar no período nos 9 aos 10 anos.

Em idades mais precoces, as manifestações ansiosas assumem, a maior parte das vezes, um carácter essencialmente físico, tais como cólicas, eczemas ou vómitos.

Procurar ajuda, ouvir as diretrizes dos profissionais envolvidos e poder dividir as dificuldades que surgem ao longo do desenvolvimento do seu filho, contribuirá verdadeiramente para a maravilhosa tarefa de ser pai e mãe e no desenvolvimento de uma criança feliz.

Se precisar de ajuda, contacte-nos!!!

Dr.ª Sara Loios
Psicóloga Clínica de Crianças, Adolescentes e Famílias
Cédula Profissional nº 20837 


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