A Ansiedade Infantil
- O meu filho está sempre preocupado. Será normal? -
A ansiedade, tal como a tristeza e a dor, surge
com alguma frequência na infância. Importa termos em atenção que as crianças
experimentam, frequentemente, sentimentos de medo, de fobia e de ansiedade
perante muitas situações que são consideradas por nós, adultos, como habituais
e “normais”, como por exemplo, a presença de um médico, de um enfermeiro ou de
um polícia. Em regra, estas situações de medo e de fobia vão desaparecendo ou
atenuando-se à medida que se vai dando à criança uma explicação compreensiva
acerca das situações que vão surgindo.
No entanto, nem sempre isto acontece e as
crianças podem, de facto, revelar um medo que vai crescendo cada vez mais, em
relação a determinado objeto ou a uma situação precisa, tornando-se
incapacitante.
É perante um medo extremo que surge a ansiedade, ou seja, quando a criança sente que
não tem a capacidade de responder de forma adequada a uma tensão vivida como
ameaçadora. Esta ansiedade poderá ainda escalar para um sentimento de angústia, caracterizada por
uma sensação de extremo mal-estar acompanhada de manifestações físicas (dores
ou vómitos).
Todos os
fenómenos psicológicos que tenham uma influência emocional e afetiva, desempenham
um papel importante no desenvolvimento psicológico e sociocultural da pessoa
que somos. E a ansiedade, constitui, ao lado do stress, o principal fenómeno
psicológico através do qual o nosso organismo se adapta normalmente às diversas
situações. Por exemplo, é o medo e o receio de um perigo real que ensina a
criança a tomar medidas de precaução para se proteger de determinados riscos.
No entanto, em certas situações, a ansiedade apresentada já não se mostra propriamente
relacionada com perigos reais, mas sim com perigos “imaginários”, podendo
atingir um grau muito acentuado e suscetível de causar à criança um grande
sofrimento.
A criança
ansiosa vive permanentemente com um sentimento de apreensão, como se algo de terrível
fosse acontecer. Esta espera ansiosa
manifesta-se em particular por:
·
Preocupação
quanto ao futuro, mostrando-se receosa sobre um possível acidente ou doença,
tanto a ela própria como a algum familiar próximo;
·
Irritabilidade,
cólera, recusa e caprichos;
·
Exigências
ou necessidade de ter um adulto por perto, de ser tranquilizada;
·
Receios
acerca de uma atitude passada – “terei feito alguma coisa mal...”;
·
Pensamentos
depressivos como a desvalorização e a culpabilidade.
Adicionalmente, são também relativamente frequentes certas
manifestações de medo no decorrer do desenvolvimento:
·
Medo
em relação aos animais na idade pré-escolar;
·
Medo
ao escuro na transição da primeira para a segunda infância (6-8 anos);
·
Medo
aos perigos reais ou imaginários;
·
Fobia
escolar no período nos 9 aos 10 anos.
Em idades mais
precoces, as manifestações ansiosas assumem, a maior parte das vezes, um carácter
essencialmente físico, tais como cólicas, eczemas ou vómitos.
Procurar ajuda, ouvir as diretrizes dos profissionais
envolvidos e poder dividir as dificuldades que surgem ao longo do
desenvolvimento do seu filho, contribuirá verdadeiramente para a maravilhosa
tarefa de ser pai e mãe e no desenvolvimento de uma criança feliz.
Se precisar de ajuda, contacte-nos!!!
Dr.ª Sara Loios
Psicóloga Clínica de Crianças, Adolescentes e Famílias
Cédula Profissional nº 20837
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