A entrada na adolescência é definida pelo aparecimento da
puberdade, ou seja, de todas as modificações corporais que acontecem em idade
muito variável, entre os 10 e os 16 anos, embora frequentemente primeiro nas
raparigas do que nos rapazes.
A imagem corporal é uma parte importante desta fase, a
forma como se vêem a si próprios vai afectar e condicionar a forma como se sentem.
As modificações físicas podem ser vividas com uma natural
ansiedade, marcada pela comparação do próprio com os outros. ou nalguns casos com uma ansiedade excessiva.
A vivência da adolescência pelos jovens vai depender em grande parte daquilo que ele possui dentro de si e das suas vivências anteriores, do seu ambiente familiar, da sua segurança, da sua auto-estima, da sua relação com os pais e com os pares, entre outros factores. Quanto mais securizantes e "normativas" tiverem sido as suas experiências anteriores mais tranquilo será a sua passagem pela adolescência. Se pelo contrario as coisas já vêm atribuladas de trás, esta fase pode ser particularmente difícil e mais stressante para todos os elementos da família.
Podem aparecer
duvidas relacionadas com o aparecimento dos caracteres sexuais secundários, a
masturbação, a possibilidade de ter ou não relações sexuais…
A adolescência é
uma fase de emoções intensas, na qual o sujeito está em busca da consolidação
da sua própria identidade., no fundo da construção de si próprio enquanto pessoas e futuro adulto.
Uma das primeiras manifestações deste processo,
ocorre com o afastamento da família de origem e um maior envolvimento com o grupo de
pares. È importante nesta fase que os pais estejam seguros do seu papel, não se sintam trocados e deiam ao jovem o espaço necessário para crescer e estabelecer novas relações sem o julgarem, ou cobrarem. A modificação na relação com as figuras parentais, conduz os adolescentes
na procura de uma maior autonomia emocional e da sua própria identidade
individual e social.
A comunicação
numa família com filhos adolescentes pode caracterizar-se por um acréscimo nos
confrontos entre pais e filhos. Este fenómeno ocorre pelo facto de haver um
maior questionamento do filho adolescente em relação às regras, valores e
crenças familiares. o Jovem aprende a pensar por si próprio e põe à prova os seus valores e aquilo em que acredita desafiando o modelo até então instalado.
Os pais deverão tentar manter a comunicação com os filhos,
pressupondo que esta já se estabeleceu anteriormente (só sendo possível deste
modo), demonstrando que estão disponíveis para falar com eles, quando eles
assim o sentirem, sempre que surjam dúvidas ou algum problema.
Também é importante ir-lhes dando gradualmente autonomia
para que sejam eles a tomarem as suas próprias decisões sozinhos e sem
interferência dos pais, mas com limites e regras que devem ser negociadas entre
estes e os filhos.
Quando cumprem e se portam de acordo com esses limites negociados e definidos pelos pais, então os pais devem recompensar os filhos com mais confiança e mais autonomia. Caso contrário, devem corrigir os filhos com menor autonomia deixando sempre a possibilidade de no futuro voltar a recompensá-los.
Um exemplo de como esta “negociação” se poderá estabelecer, quando os adolescentes já são mais velhos, poderá ser o que se passa quando o nosso filho nos pede para ir a um bar ou a uma discoteca. Após conversarmos com ele, impomos que regresse à meia-noite a casa.
Caso ele cumpra, é legítimo elogiá-lo e dar-lhe mais autonomia, nomeadamente a possibilidade de noutro dia poder regressar a casa um pouco mais tarde. No entanto, caso não cumpra, temos o direito e até o dever de o corrigir, não o deixando sair no dia seguinte.
Contudo, este exemplo vem somente a título explicativo, caberá apenas aos pais fazerem as opções mais adequados mediante a sua sensibilidade e a situação em causa, caso a caso.
Quando cumprem e se portam de acordo com esses limites negociados e definidos pelos pais, então os pais devem recompensar os filhos com mais confiança e mais autonomia. Caso contrário, devem corrigir os filhos com menor autonomia deixando sempre a possibilidade de no futuro voltar a recompensá-los.
Um exemplo de como esta “negociação” se poderá estabelecer, quando os adolescentes já são mais velhos, poderá ser o que se passa quando o nosso filho nos pede para ir a um bar ou a uma discoteca. Após conversarmos com ele, impomos que regresse à meia-noite a casa.
Caso ele cumpra, é legítimo elogiá-lo e dar-lhe mais autonomia, nomeadamente a possibilidade de noutro dia poder regressar a casa um pouco mais tarde. No entanto, caso não cumpra, temos o direito e até o dever de o corrigir, não o deixando sair no dia seguinte.
Contudo, este exemplo vem somente a título explicativo, caberá apenas aos pais fazerem as opções mais adequados mediante a sua sensibilidade e a situação em causa, caso a caso.
Nunca devemos esquecer, enquanto pais, que cada filho é único e tem uma personalidade própria, e como tal aquilo que funciona com um filho, pode e provavelmente não funciona com outro. Assim como, aquilo que nos vivemos e somos, eles também não são como nós fomos. Por tudo isto, as comparações são em vão e não nos apontam nenhum caminho.!
Sem dúvida a ferramenta mais importante numa relação pais-filhos adolescentes é a disponibilidade dos pais para escutarem as necessidades dos filhos, conseguirem dialogarem e conseguirem ser flexíveis (não significa permissivos) e negociar soluções onde ambos se sintam respeitados e escutado
Por Dra, Susana Martins, Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta da Criança e do Adolescente.
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